Até 25 minutos de documentário, mais ou menos, a apresentadora britânica fala sobre coisas relacionada ao Miss Bumbum. Concordo que o brasileiro e a TV brasileira tem uma certa obsessão com o corpo e é uma das coisas que alavanca a audiência, mas não generaliza e nem leva isso como verdade absoluta. É retratado de uma maneira como se fizesse parte do dia a dia do brasileiro, que isso seria discutido em rodinhas de amigos, e se você não sabe sobre o assunto, você não está antenado na programação atual. Mas, bom, não rola esse tipo de assunto na minha rodinha de amigos. Já dizia o dito popular “diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Acho que rever seu circulo social seria válido.
A programação da TV aberta é feita para atender um publico que corresponde à classe média e baixa da população. Destinados às massas, os programas de entretenimento são voltados diretamente pra eles. Quem tem condições financeiras melhores, pode mudar facilmente da TV aberta, para os canais de TV à cabo e assistir filmes, séries, documentários e desenhos animados. O público ao qual esse programas de entretenimento se destinam, aprecia o que é exibido neles. Como por exemplo as tristes histórias de pessoas que tem suas casas ou carros reconstruídos no Domingo Legal ou Caldeirão do Huck. As divertidas danças e quadros de namoro no O Melhor do Brasil. São programas feitos especificamente para entreter. Para as pessoas assistirem em um sábado ou domingo para descanso e risadas. É pra família.
Ao mostrar o programa Na Mira, da Bahia, ela afirma a ideia de que aquilo é uma forma de entretenimento. Não diria que seja isso. É como informação mesmo. O horário do almoço é um dos poucos que as pessoas conseguem sentar “tranquilas” em frente à TV e saber o que acontece ao seu redor. Na maior parte dos canais, esse horário é destinado à um telejornal. Obviamente não é digestivo a exibição de cenas de crimes bárbaros no horário do almoço, mas seria o horário mais propenso para falar sobre os crimes.
O sensacionalismo sempre traz muita audiência à TV. Brasileiro gosta disso. Gosta de coisas dramatizadas e escândalos. O programa Cidade Alerta com Marcelo Rezende, é um dos que tem maior audiência na TV Record, tanto que ganhou novo horário na programação. Agora ele também é exibido aos sábados. Mas deve-se levar em consideração, que o apresentador tem um certo carisma com o publico. Com bordões tipo “Corta pra mim” que você ouve muitas pessoas falando de forma cômica no dia-a-dia.
As reportagens relacionados à crimes bárbaros que são mostradas todos os dias na TV, acabam não chocando mais tanto. Chocam de certa maneira, porém o brasileiro está adquirindo a péssima mania de levar isso como uma coisa “normal”. Quando uma reportagem sobre alguém que foi morto aparece na tela, uma das reações normais do brasileiro é dizer “ah, mais um. Isso é normal”, o que não deveria ser. Mas ao mostrar todos os dias essas imagens, o péssimo habito de se acostumar com essas situações é desenvolvido.
No geral o documentário mostra coisas que dão audiência sim à TV. Sensacionalismo, mulheres seminuas, novelas e programas de entretenimento. Mas não é certo levar isso como uma verdade absoluta. Não foram citados outras programas excelentes que tem boa audiência, não a melhor por passarem em horários negativos para isso. Os programas A Liga, da TV Bandeirantes e Profissão Repórter, da Rede Globo, são muito bons, são bem recebidos pelos telespectadores e pelos críticos, porem destinados a um publico especifico e estão em um horário que não traz muita audiência.
Para mim, o ponto alto do vídeo foi o comentário de que o cantor Belo é um ex-traficante “galã”. Gostaria que ela me mostrasse de onde tirou essa informação sobre ele ser um “galã”. Mas enfim.
A TV brasileira precisa se reinventar e trazer programas que prendam o telespectador, porque a cada dia o cenário muda e o gosto popular muda. Fica mais exigente, ainda mais pelo mundo de hoje, onde o acesso a internet é muito mais fácil.
XOXO, Rafa R.
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